Três pilares para turbinar o aprendizado

É importante ressaltar que esses pilares aparentemente simples não são técnicas de “autoajuda” baseadas em casos isolados e sem comprovação. Eles são derivados diretamente das mais recentes contribuições da neurociência para a aprendizagem. Vale, portanto, prestar um pouco mais de atenção a eles.

O mundo caminha a passos largos para um futuro onde a capacidade de digerir e apreender grandes quantidades de informação será tão fundamental quanto a capacidade de ler e escrever é hoje em dia. A cada minuto, nós produzimos mais informação do que é humanamente possível consumir em um ano. Ou seja, precisamos saber aprender muito, e rápido. Então, o que devemos fazer para lidar com esse “admirável mundo novo”?

A resposta está na busca da autonomia cognitiva: precisamos aprender a aprender sozinhos ou com bem pouca ajuda. Em outras palavras, precisamos ser autodidatas e construir nossos próprios caminhos de aprendizagem.

O primeiro passo nessa direção é entender como nossos cérebros aprendem, e, a partir desse conhecimento, criar para nós mesmos as condições que a escola de hoje não consegue proporcionar para aprender de forma eficiente e eficaz.

1º Pilar: Ter uma vida equilibrada – física e emocionalmente

As emoções afetam diretamente a capacidade de aprender, por exemplo, estudar irritado ou cansado reduzirá sua capacidade de aprendizado.

  • Uma vida equilibrada é fundamental para aumentar capacidade de aprendizagem. Estudar horas a fio e deixar outros aspectos importantes da vida sem a devida atenção normalmente é menos eficiente que estudar por um tempo menor.

2º Pilar: Estudar sempre, revisando de forma intervalada

Sem memória, não há aprendizagem. A “decoreba” é a memorização mecânica e sem significado, que se perde rapidamente após alguns dias. Já uma boa memória de longo prazo (MLP) é essencial para aprendizagem e se constrói através de associações significativas com aquilo que já se conhece, além de repetições que reforcem a rede neuronal responsável por essas novas associações.

  • O sono tem um papel fundamental na consolidação da memória de longo prazo (MLP). Ou seja, dormir mais tarde para estudar mais tempo aumenta a sensação de “dever cumprido”, mas na prática você acaba aprendendo menos.
  • Revisar as novas informações em intervalos regulares. A consolidação da memória é um processo químico, pesquisas mostram que é preciso um intervalo de tempo significativo para que as informações “assentem” nos nossos neurônios. Experimentos com estudantes de “aprendizagem espaçada” mostram que intervalos em torno de 10 minutos entre sessões de estudo podem multiplicar muitas vezes a eficiência da memorização de grandes quantidades de informações.

3º Pilar: Usar as técnicas de prática deliberada para consolidar novos conhecimentos e habilidades

A movimentação do corpo aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, melhorando a sua nutrição e oxigenação, o que comprovadamente melhora a aprendizagem. Ou seja, aquela escrivaninha em que passamos horas e horas sem sequer levantar para beber água. Além de não dar os intervalos necessários para a formação da memória, essa situação pode, literalmente, deixar seu cérebro dormente!

A incorporação dessa informação na nossa vida sobre dois pontos de vista:

  • Prática de exercícios regulares.
  • Movimentação durante pelo menos alguns dos nossos períodos de estudo. Ou seja, caminhar no parque ouvindo uma aula gravada é mais produtivo que ouvir o mesmo material na própria sala de aula ou deitado no sofá, até porque o seu cérebro está em melhores condições de capturar a informação.

Quebrando mitos:

Estou velho para aprender

Até bem pouco tempo atrás, acreditava-se que neurônios só eram formados durante a infância, mas atualmente está comprovado que a neurogênese ocorre durante toda a vida. Se aprender é armazenar informações significativas na memória de longo prazo, então podemos aprender coisas completamente novas a partir de qualquer idade. As universidades da Terceira Idade estão aí para comprovar.

Tenho dificuldade de aprendizado

Quando estamos falando de aprendizagem, a neuroplasticidade comprova a nossa capacidade ilimitada para aprender coisas novas, mesmo em áreas onde a pessoa inicialmente não tenha uma grande habilidade previamente desenvolvida. É o caso de pessoas que ficam cegas e passam a usar o córtex visual para funções de tato, por exemplo.

Em termos concretos, a neuroplasticidade significa que é possível através do treinamento consistente aprender uma segunda língua depois de adulto ou tornar-se proficiente em leitura ou matemática mesmo com um histórico de dificuldades nessas áreas. A esse  “treinamento consistente”, dá-se o nome de prática deliberada.

Os três pilares

  • Ter uma vida equilibrada – física e emocionalmente
  • Estudar sempre, revisando de forma intervalada
  • Fazer uso de técnicas de prática deliberada para consolidar novos conhecimentos e habilidades

Fonte: http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/02/autodidatismo-amigavel-ao-cerebro-tres.html

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